A
couve-de-bruxelas achava-se muito importante. Ela era a rainha dos vegetais.
Como
tal, certo dia, ordenou à couve-galega:
-
Faz-me uma vénia. É o teu dever!
A
pobre couve-galega que era analfabeta, mas espertalhona, disse-lhe:
-
Uma vénia?! Eu não sei o que é uma vénia!
Então,
a couve-de-bruxelas virou-se para uma cenoura e deu a mesma ordem.
A
cenoura era pobre, mas muito inteligente. Afirmou muito dorida:
-
Querida couve-de-bruxelas, não consigo dobrar as costas. Sou muito doente -choramingou
ela.
A
couve-de-bruxelas, já muito irritada, virou-se para uma alface ordenando:
-
Faz-me uma vénia. É o teu dever!
A
alface que estava muito nervosa e a tremer respondeu:
-
Mas… mas… não tenho tempo. Vou ter de me encontrar com o tomate para fazermos
uma salada.
-
São uns rebeldes estes meus súbditos- concluí numa grande exaltação a
couve-de-bruxelas. – Condeno-os a que sejam todos cortados para a sopa do
jantar.
E
assim aconteceu. Mas nem a couve-de-bruxelas escapou.
Ana Filipa
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