TESTAMENTO DAS COMADRES
Ao menino Rodrigo
Por ser o mais novinho
deixa-lhe o seu chapéu roto
Para abrigar o caracolinho.
A roda da camionete
Deixo ao menino Gonçalo
Para ele andar de trotinete
Em vez de andar de cavalo.
Deixo-te em testamento
Para te dar outro alento
A ti Samuel querido,
O meu coxo jumento
Ao meu pequeno Ruben
Não sabendo que lhe deixar
Deixo-lhe o penico grande
Para não mais refilar
Ao Marco, rapaz sossegado
Um livrinho lhe vou deixar
para ler ao meu Tareco
À hora de deitar
O Fábio nasceu no borralho
A calçar uma panela
Fartou-se de comer gato
A pensar que era vitela
Ao menino Rui Pedro
Rapazito bem teimoso
Deixo-lhe o fato canelado
Para que fique atinado
Ao meu amigo Manuel
Que é muito refilão
Deixo-lhe uma moça
Para casar no Verão
Ao nosso amigo Anselmo
Que é muito preguiçoso
Deixo-lhe um livro
Para ficar estudioso
A ti Sr. Luís
Que te vou eu deixar?
Deixo-te a calculadora
Para te ajudar a calcular.
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TESTAMENTO DOS COMPADRES
Os nossos queridos compadres
Deixam em testamento
Os seus bens mais preciosos
Aos meninos da escola
Ó pequena Madalena
Que vens lá da Valdavez
Deixo-te a minha carripana
Para vires a S. Cosmado outra vez.
À pequena Beatriz
Senhora do seu nariz
Deixo-lhe a saia rodada
para dançar com a pequenada.
Ó Inês da minha alma
Tu que ris por tudo e por nada
Deixo-te em testamento
A minha gata assanhada.
Para a menina Letícia
Não sei o que deixar
Como tem muita perícia
Fica com o balão para voar
À Marta de cabelo de ouro
Em testamento lhe deixo
Uma caixinha de cores
Para pintar o meu touro
Minha querida Bruna
Que vens lá da Lapinha
Deixo-te a minha panela
para fazeres a sopinha.
À brilhante Catarina
Que gosta tanto de estudar
Deixo-lhe a minha cartilha
Para um curso tirar
À menina Verónica
Que gosta de andar na moda
Vou deixar-lhe um xaile
E uma linda saia de roda.
À menina Maria
Que é tão delicada
Deixo-lhe uma rendinha
Pois não precisa de mais nada.
E à menina Ana
Que hei-de eu deixar
Duas resmas de folhas
Para as fichas treinar.
À menina Marlene
Deixo-lhe um papagaio
Para quando se casar
Não querer sair do Gaio.
À bela Sara
Uma peneira irei deixar
Para quando casar
Nas Lameiras ficar.
À corajosa Beatriz
Que de nada tem medo
Um dia vai casar
Na capela de S. Pedro.
À Jovem Patrícia
Deixo-lhe uma flor
Para quando namorar
Dar ao seu amor.
Finalmente à Micaela
Ao prado a vou buscar
Numa bela carruagem
Para na escola estudar
A todos os funcionários
Deixo-lhes pachorra em pacotes
Para as crianças aturar
E o meu testamento acabar.
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